Numa incrível demonstração de boa gestão, a Galp anunciou um aumento de 80% nos lucros até ao 3º trimestre. Tudo isto foi conseguido, como é sabido, "quase" sem reflectir no consumidor a subida do preço do crude.
Antes da liberalização, as distribuidoras podiam já baixar o preço dos combustíveis: havia apenas um máximo legal. No entanto, devido ao cartel existente, este preço não baixava. A excepção era um ou dois locais, nomeadamente junto a hipermercados, a que o portuguezinho associava logo menor qualidade (esta é uma lógica que me escapa; já vi uma senhora num hipermercado a dizer que não ia comprar o detergente que comprava sempre porque estava em promoção, logo devia ter alguma problema!).
Entretanto, utilizando mais uma lógica que me escapa (será problema meu?), foi mais ou menos vendido que a liberalização (ou seja, o fim da existência de um valor máximo definido pelo governo) levaria à baixa de preços. Obviamente, não levou.
Entretanto, a subida do preço do crude nos mercados internacionais veio baralhar as contas. Antigamente o governo utilizava uma fórmula, baseada no passado recente dos preços do petróleo, para calcular o tecto dos preços do combustível. Está esta fórmula disponível? Seria curioso comparar os preços actuais com o que seria o máximo se não tivesse havido liberalização. Sinceramente desconheço o resultado, pois infelizmente nunca vi essa análise em lado nenhum.