segunda-feira, março 26, 2007

O Grande Português

Bem sei que não tem qualquer validade científica uma eleição em que os votantes é que telefonam para dar o seu voto. Bem sei que os 41% de Salazar significam, no fundo, "apenas" umas 60 mil pessoas. Mas a verdade é que me assusta um bocado pensar que alguém considere Oliveira Salazar como o maior português de sempre, e isto sem ser preciso recorrer a bastonadas ou tortura do sono.
Se calhar o homem é que tinha razão: para quê gastar dinheiro em eleições quando ele ganharia de certeza? Se deu esta coça ao Afonso Henriques e ao D. João II, que hipóteses teriam, sejamos francos, Norton de Matos ou Humberto Delgado?

Para registo:
1º António de Oliveira Salazar - 41,0%; 2º Álvaro Cunhal - 19,1%; 3º Aristides de Sousa Mendes - 13,0%; 4º D. Afonso Henriques - 12,4%; 5º Luís de Camões - 4,0%; 6º D. João II - 3,0%; 7º Infante D. Henrique - 2,7%; 8º Fernando Pessoa - 2,4%; 9º Marquês de Pombal - 1,7%; 10º Vasco da Gama - 0,7%

Joanna

Este bilhete também já não escapa: Joanna Newsom, 3 Maio, Teatro Circo, Braga. Confesso que estou curioso em saber como se portará a menina em palco.
Como é que Faun Fables + Bonnie valem 8 euros e a Joanna sozinha vale 20 é, no entanto, coisa que me escapa.
Na Aula Magna no dia anterior.


sábado, março 24, 2007

Pedopolítica

Como os cidadãos com idade para votar não lhe ligam nenhuma, Manuel Monteiro parece virar-se agora para a faixa etária 3 a 6 anos. Só assim se percebe o argumento que o Público de ontem citou: "Venho dizer que ainda há direita. A direita está aqui, os outros são tortos".

quarta-feira, março 21, 2007

Bonnie

Ao vivo só o vi uma vez, há uns anos, no Bla Bla em Matosinhos. Will Oldham aka Bonnie Prince Billy aka Palace Brother volta, desta vez ao Teatro Circo de Braga e com Faun Fables a fazer a primeira parte, a 4 de Abril. Imperdível, claro, ainda mais quando os bilhetes são apenas a 8 euritos; os meus já cá estão.
No dia seguinte tocam no Maxime em Lisboa.


terça-feira, março 20, 2007

SISI

Sempre atento, Sérgio Godinho escreveu estes dias uma música sobre o novo Sistema Integrado de Segurança Interna.

O fascismo é uma minhoca (não é? lá isso é)
que se infiltra na maçã (não é? lá isso é)
ou vem com botas cardadas
ou com pèzinhos de lã

sexta-feira, março 09, 2007

Brincar aos referendos

Bem sei que o referendo não foi vinculativo, mas a grande maioria das pessoas que se deslocaram às urnas votou a favor da legalização do aborto por vontade da mulher. Ignorando tudo isto, ontem, na Assembleia da República, apenas votaram a favor da lei que a permitirá os mesmo partidos que o teriam feito se não tivesse havido referendo.
Não é gozar connosco?

quinta-feira, março 08, 2007

Maxi

Foi já há 3 semanas que Maximilian Hecker passou pelo Teatro Circo, mas dada a qualidade do senhor tenho de escrever qualquer coisita.
Não tenho acompanhado a discografia recente de Hecker, e por isso já estava a contar não conhecer grande parte das músicas apresentadas. Ainda assim, ele lá me fez o jeito e tocou 3 ou 4 músicas dos 2 primeiros álbuns (os mesmos que já ouvi vezes sem conta enquanto trabalho). As restantes não destoam, mas as músicas que mais gostei em palco foram basicamente as que já conhecia. É claro que nesta apreciação posso ter sido influenciado por conhecê-las, mas quem tem os álbuns todos já me tinha avisado que os tais dois são os mais conseguidos. Além das suas músicas, no final tivemos ainda direito a uma versão de I Want You, de Bob Dylan.
Quanto à presença em palco de Maxi (parece que é assim que a mãe lhe chama), é algo que tem que ser visto, porque as palavras não lhe fazem justiça. Ja. Diz ele que gostava de saber meter treta: o pai ensinou-lhe que as pessoas gostam de histórias e, diz ele, sente-se muito culpado por não conseguir seguir o conselho do pai. Mas pronto, coitado, não nasceu realmente para isso: é ilucidativo o "What are your hobbies?" que tentou para meter conversa com o público. Ja. Parecendo muito pouco à vontade em palco, lá diz que isso até é bom, porque bate certo com as letras das músicas ("people think i'm heart broken, but i'm just uncomfortable to be here"). Ja. Em Cold Wind Blowing cantou "There's no place to hide", mas não era preciso tê-lo dito para toda a gente ter percebido que era nisso que ele estava a pensar.
Os momentos bizarros não faltaram. Feel like children foi introduzida com "It was nice when I was a child. I pooed in my pants. I still do sometimes". Ja. Quando ninguém do público lhe ofereceu um lenço, a folha com o setlist foi a alternativa encontrada. Ja. E um arroto (a que se seguiram outros) serviu para contar uma história de quando tentou o mesmo feito num concerto em Taiwan. Ja.
"I am not very stable today. Which is good. I read artists should be strange". Ja.

Prémio Não se percebe então porque iam as mulheres a Espanha...



Qualidade das alheiras é preocupante em termos de segurança alimentar: Bactéria responsável por abortos espontâneos encontrada em 60 por cento dos lotes industriais.
(Público de hoje)

quinta-feira, março 01, 2007

Demissionários e resistentes 2

Um deles deu-me razão quase imediatamente: fora um ou outro bitaite de vez em quando, acho que ninguém sabe bem o que faz na vida; o outro demorou mais um pouco, mas conseguiu nunca desaparecer completamente e dois anos depois, conforme previsto, prepara-se para ser o próximo líder do CDS.