terça-feira, setembro 07, 2004

IVG (e o papel do pai)

O Borndiep, o "barco do aborto", veio relançar a discussão sobre a interrupção voluntária da gravidez (dentro do possível num país onde pouco ou nada se discute).
Nesta discussão, queria só discordar de algo que tem ultimamente merecido unanimidade, e que não me parece que a mereça. É agora politicamente correcto afirmar que a IVG é um assunto apenas da mulher: as mulheres defendem-no, os homens defendem-no também. É segundo esta lógica que, e simplificando, uma das consequências da vitória do "Sim" no referendo de há uns anos seria que uma mulher poderia ir ao seu médico, sozinha, e (dentro dos prazos, claro) solicitar a interrupção da gravidez.
A minha discordância vai para o sozinha: será mesmo aceitável que uma mulher casada possa optar por abortar sem sequer informar o marido? Apesar de ser a mulher a transportar o feto no ventre, não é o filho de ambos? Não deveria o marido (e falo pelo menos nos casos de mulheres casadas, pois admito que nos restantes será mais complicado) ter uma palavra a dizer, e o aborto ser realizável apenas se ambos os cônjuges concordarem?

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