A Bárbara Reis brincava hoje no Ipsilon com o facto de o vencedor masculino do Lisboa Downtown 2007 ter recebido 5000€ de prémio, enquanto a vencedora feminina recebeu apenas 2500€. Escandaloso o facto de ter recebido apenas metade: segundo as suas contas, ao demorar apenas mais 15% do tempo (1m54 contra 1m39), a Sabrina Jonnnier deveria ter recebido quatro mil e qualquer coisa euros.
Tenho uma solução ainda mais justa: em nome da igualdade, porque não receber o mesmo que um homem que tenha feito também 1m54? Não sei a classificação completa, mas sei por exemplo que o 5º classificado, com 1m42, recebeu 750€...
sexta-feira, maio 25, 2007
Blitz aprova
Comprei apenas a Blitz nº 1, e não voltei a repetir até ao mês passado, que comprei por culpa de um pequeno livro Blitz Aprova. Serão no total seis livros (grátis com a revista) e o primeiro número era dedicado a Pop/Rock 1993-2006, sendo os restantes referentes a períodos anteriores. A ideia é mostrar os melhores discos de cada período; o livro estava porreirito, e acho que me vai fazer comprar a Blitz nos próximos meses. Hoje já deve estar nas bancas o segundo (1985-1993).
Achei curioso, já agora, que o primeiro número "aprove" 3 discos de bandas que estiveram no 1º festival para gente sentada: o Regard the End dos Willard Grant Conspiracy, que comprei lá assinado pelo Robert Fischer; o Rejoicing in the Hands, que se bem me lembro era na altura o último álbum do Devendra; e o Greetins from Michigan, sendo que a actuação do Sufjan Stevens foi ao lado de um mapa desse estado.
Achei curioso, já agora, que o primeiro número "aprove" 3 discos de bandas que estiveram no 1º festival para gente sentada: o Regard the End dos Willard Grant Conspiracy, que comprei lá assinado pelo Robert Fischer; o Rejoicing in the Hands, que se bem me lembro era na altura o último álbum do Devendra; e o Greetins from Michigan, sendo que a actuação do Sufjan Stevens foi ao lado de um mapa desse estado.
segunda-feira, maio 21, 2007
Um Anjo na Terra
(sim, eu sei que isto chega com quase 3 semanas de atraso...)
A noite começou com um senhor de quem pensava nada ou quase nada ter ouvido. Estranhamente, fui descobrindo ao longo da sua actuação que afinal aquilo me soava conhecido. Tenho a certeza que já ouvi Carousing, por exemplo, muitas e muitas vezes. Onde? Não sei, acho que nunca vou saber. De qualquer forma, conhecidas ou não, as músicas não conseguiram impressionar: Alasdair Roberts pareceu demasiado sozinho no palco, apenas mais uma voz com a uma guitarra.
E depois, claro, veio o Anjo.
Todos sabemos que pedir a Deus que nos prove a sua existência não é coisa que se faça: o crente tem fé sem necessidade de milagres que a provem. Por vontade próprioa no entanto, Ele insiste em nos ir dando provas, e elas aparecem sob as mais diversas formas. Um Anjo, todo de branco como deve ser um Anjo, a tocar harpa como toca um Anjo, a cantar como canta um Anjo, foi a prova que esteve na semana passada no Teatro Circo. Com o mesmo sentido de humor dos irmão que disseriam chamar Eon (ao the One), Deus pegou nas letras de Anjo e decidiu chamar-lhe Joanna. Conta quem conseguiu manter algum nível de concentração que o Anjo nos encantou principalmente com o seu último álbum; até Only Skin, que tinha faltado em Lisboa (- we can't play that one, it's too long / - oh, come on / - ok, ok, but we ain't pleased).
Momento da noite: talvez o Sawdust & Diamonds;
O que faltou: Inflamatory writ, cujo início é o meu toque de telemóvel há já muito tempo;
O momento mais surreal: O Anjo diz que não nos consegue ver dada a iluminação da sala. - Oh, I can see some mobile phones now... And someone has a lighter... / - And I have a priest, diz uma voz algumas filas atrás de mim. / - A what?, diz o Anjo. / - Priest. P-R-I-E-S-T / - A priest?, repete o Anjo, sem perceber ainda a relaçao com telemóveis e isqueiros. Your jokes are my favourites, diz o Anjo entre-dentes, que os Anjos também podem ser irónicos. - To marry me (sic), diz a voz, já quase ninguém ouvir (nem o Anjo), e assim perdendo-se a piada que esteve a preparar toda a semana.
O pior: O rapaz exactamente atrás de mim acho que gritar UUU-AAA era a melhor forma de acabar cada uma das músicas (curiosamente aplicando a mesma receita ao pouco inspirado Alasdair e ao Anjo que se seguiu). A namorada, ainda mais curiosamente, era da mesma opinião, e lá iam gritando os dois, por vezes alternadamente, por vezes em uníssono. Lembrei-me na altura que "E o burro viu o Anjo" seria um bom título para o que se passava ali.
(a imagem é mostrada apenas para confirmar a crença popular de que, não lhes sendo possível roubar a alma, os anjos aparecem nas fotografias apenas como clarão de luz)
A noite começou com um senhor de quem pensava nada ou quase nada ter ouvido. Estranhamente, fui descobrindo ao longo da sua actuação que afinal aquilo me soava conhecido. Tenho a certeza que já ouvi Carousing, por exemplo, muitas e muitas vezes. Onde? Não sei, acho que nunca vou saber. De qualquer forma, conhecidas ou não, as músicas não conseguiram impressionar: Alasdair Roberts pareceu demasiado sozinho no palco, apenas mais uma voz com a uma guitarra.
E depois, claro, veio o Anjo.
Todos sabemos que pedir a Deus que nos prove a sua existência não é coisa que se faça: o crente tem fé sem necessidade de milagres que a provem. Por vontade próprioa no entanto, Ele insiste em nos ir dando provas, e elas aparecem sob as mais diversas formas. Um Anjo, todo de branco como deve ser um Anjo, a tocar harpa como toca um Anjo, a cantar como canta um Anjo, foi a prova que esteve na semana passada no Teatro Circo. Com o mesmo sentido de humor dos irmão que disseriam chamar Eon (ao the One), Deus pegou nas letras de Anjo e decidiu chamar-lhe Joanna. Conta quem conseguiu manter algum nível de concentração que o Anjo nos encantou principalmente com o seu último álbum; até Only Skin, que tinha faltado em Lisboa (- we can't play that one, it's too long / - oh, come on / - ok, ok, but we ain't pleased).
Momento da noite: talvez o Sawdust & Diamonds;
O que faltou: Inflamatory writ, cujo início é o meu toque de telemóvel há já muito tempo;
O momento mais surreal: O Anjo diz que não nos consegue ver dada a iluminação da sala. - Oh, I can see some mobile phones now... And someone has a lighter... / - And I have a priest, diz uma voz algumas filas atrás de mim. / - A what?, diz o Anjo. / - Priest. P-R-I-E-S-T / - A priest?, repete o Anjo, sem perceber ainda a relaçao com telemóveis e isqueiros. Your jokes are my favourites, diz o Anjo entre-dentes, que os Anjos também podem ser irónicos. - To marry me (sic), diz a voz, já quase ninguém ouvir (nem o Anjo), e assim perdendo-se a piada que esteve a preparar toda a semana.
O pior: O rapaz exactamente atrás de mim acho que gritar UUU-AAA era a melhor forma de acabar cada uma das músicas (curiosamente aplicando a mesma receita ao pouco inspirado Alasdair e ao Anjo que se seguiu). A namorada, ainda mais curiosamente, era da mesma opinião, e lá iam gritando os dois, por vezes alternadamente, por vezes em uníssono. Lembrei-me na altura que "E o burro viu o Anjo" seria um bom título para o que se passava ali.
(a imagem é mostrada apenas para confirmar a crença popular de que, não lhes sendo possível roubar a alma, os anjos aparecem nas fotografias apenas como clarão de luz)
domingo, maio 06, 2007
E pôr isto mais barato, não?
Acordo num daqueles dias em que penso que não tenho nada para ouvir, e vou à Fnac comprar 1 ou 2 cdzitos. Pouco tempo depois de ter entrado já decidi que o mais certo é não comprar nada: evito, por princípio, dar 4 ou 5 contos por um CD.
Procuro por exemplo o Kicking against the pricks, que já há bastante tempo me roubaram do carro e queria comprar novamente, e encontro-o a 19€: um cd com 20 anos! As novidades, essas, andas pelos 22 euros.
Enquanto o mercado de CD's definha, vendem-se DVD's, digo eu, como nunca se venderam cassestes VHS. Sera que é porque os DVD's aparecem, enquanto novidade, a vinte, vinte e tal euros, mas após algum tempo estão a 10, a 7 ou a 4,99?
Será possível que o iTunes seja um grande negócio a vender álbuns a 10 dólares e que não se consiga realmente vender, lucrativamente, um CD a menos de 20€, sendo que o suporte em si custa meia dúzia de tostões?
Acabo por sair de lá com 3 livros e um DVD, tudo por pouco mais do que me teria custado um CD. Não comprei CD nenhum. E a culpa, estou certo, é do emule e dos piratas.
Procuro por exemplo o Kicking against the pricks, que já há bastante tempo me roubaram do carro e queria comprar novamente, e encontro-o a 19€: um cd com 20 anos! As novidades, essas, andas pelos 22 euros.
Enquanto o mercado de CD's definha, vendem-se DVD's, digo eu, como nunca se venderam cassestes VHS. Sera que é porque os DVD's aparecem, enquanto novidade, a vinte, vinte e tal euros, mas após algum tempo estão a 10, a 7 ou a 4,99?
Será possível que o iTunes seja um grande negócio a vender álbuns a 10 dólares e que não se consiga realmente vender, lucrativamente, um CD a menos de 20€, sendo que o suporte em si custa meia dúzia de tostões?
Acabo por sair de lá com 3 livros e um DVD, tudo por pouco mais do que me teria custado um CD. Não comprei CD nenhum. E a culpa, estou certo, é do emule e dos piratas.
quarta-feira, maio 02, 2007
Senhor Pássaro de Corda
- Algures, numa terra distante, havia uma ilha de merda. Sem nome nem nada. Uma ilha de merda com a forma de um monte de merda. Ali cresciam palmeiras com uma forma de merda. E as palmeiras davam cocos que sabiam a merda. Mas ali também havia macacos que adoravam os cocos que sabiam a merda. E cagavam excremento de merda. A merda caía na terra, aumentava a camada de merda e as palmeiras de merda que ali cresciam eram cada vez mais de merda. Um círculo vicioso.
Bebi o resto do café.
- Aqui sentado a olhar para ti, lembrei-me da história da ilha de merda - disse eu a Noboru Wataya.
(Crónica do Pássaro de Corda, Haruki Murakami, p. 219)
ps: não que a passagem seja especialmente representativa da obra, mas apeteceu-me guardar este trecho porque pode ser útil para usar em alguma conversa no futuro.
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