... ou estaria agora a revirar-se no túmulo.
É sabido que Álvaro Cunhal, elogiado por todos pela sua coerência ao longo da vida, teve de engolir o seu maior sapo quando apelou ao voto em Soares, adversário de longa data (basta ler algum livro de Cunhal sobre o período revolucionário para perceber como eles se davam bem).
Brevemente, ao que parece, a água passará duas vezes debaixo da mesma ponte, e o seu partido será obrigado, numa eventual segunda volta presidencial, a apelar ao voto no fixe do Soares. Cavaco oblige.
Ironicamente, apoiar Soares pode até ser um mal menor, pois perfilava-se a possibilidade de o candidato socialista, a quem (quase) toda a esquerda inevitavelmente apoia no final, ser nada mais nada menos que o opositor de Soares em 1986 (o tal que o sapo permitiu evitar). Nesse caso, parece-me que não só se revirava no túmulo, mas se levantava e voltava para o exílio, que este país não o merece.
terça-feira, julho 26, 2005
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário