Dois dias a conhecer a região de Hesse e do Reno, duas vezes parado na auto-estrada pela polícia. Da primeira vez abordado numa bomba de gasolina, na segunda na própria auto-estrada: ultrapassaram-me, olharam, deixaram-se ultrapassar, olharam, ultrapassaram-me novamente, olharam, e acenderam as luzes de Follow me. Houve ainda uma terceira vez em que repetiram a história do ultrapassar/olhar, mas acabaram por não optar pelo Follow me.
Das duas vezes praticamente a mesma história; nada do que estamos habituados: nem carta de condução, nem estado dos pneus, nem selo municipal. Apenas: Passport? Seguido de Weapons? Hashish? e You have not been in Amsterdam? Depois, revisão completa ao carro, carteira, bolsos. Da primeira vez retiraram até o pneu sobressalente; da segunda ignoraram o pneu, mas levantaram o banco traseiro. Nada de weapons ou hashish, contudo.
Moral da história? Não sei bem, mas tenho realmente que melhorar a minha imagem. E amanhã vou verificar os pacotes de leite, provavelmente anda lá alguém parecido comigo. Ou eu próprio até, quem sabe.
segunda-feira, maio 29, 2006
Frankfurt 5
Evitando os clubes, optamos pelo bar Moseleck, mesmo em frente ao hotel e provavelmente o pior da cidade. Duas mulheres dançam ao som da jukebox; a mais nova, a terminar os quarenta ou talvez a começar os cinquenta, aponta para a outra e diz-nos que "Sie ist meine Mama". Um freak vem de lá do fundo proposidamente para nos prometer "Friendship for eternity", sabe-se lá porquê. Atrás de um balde espreita ameaçador um taco de basebol, que certamente teria grandes histórias para contar.
Frankfurt 4
Até ontem associava Frankfurt a aeroporto, arranha-céus e Goethe. Graças ao Bahnhofsviertel, associo-a agora a neons, sex shops e peep shows.
Frankfurt 3
Saímos do hotel. Ao lado, à porta de um prédio com aspecto normalíssimo, uma menina com aspecto normalíssimo pisca o olho e diz: Do you want to come? (ou seria cum?) Mais à frente um rapaz sai de umas cabines ainda a apertar as calças. Confirma-se, estamos no red light.
Frankfurt 2
Pedi na empresa para me reservarem um hotel em Frankfurt. Fizeram-me a reserva no Bahnhofsviertel, o bairro em frente à estação central. Para quem não conhece, é o red light daqui da zona. Não sei porque foram fazer a reserva logo neste bairro, mas de qualquer forma tenho de me lembrar de tentar melhorar a minha imagem na empresa quando voltar.
Frankfurt 1
Parecendo que não, o 1º mundo tem as suas vantagens. Na rua o portátil detecta 27 redes, no hotel 7. Ligo-me a um deles à sorte, e funciona. Pausa interrompida, portanto.
sábado, maio 27, 2006
Negociação Testemunha-de-Jeová
Rui Costa diz que assinou um contrato em branco, sem valor, para vir para o Benfica. Deve ter feito o negócio da vida dele, imagino. Eu quando me dizem "Dê o que quiser" pago sempre muito mais do que vale...
sexta-feira, maio 26, 2006
A recuperar: Cinema
1) Fui ver o primeiro por razões pessoais, e gostei. O segundo, pelas mesmas razões e ainda porque não perderia um filme que passa por Londres, Paris, Veneza e São Petersburgo, 4 das cidades que, em diferentes momentos da vida, estiveram no top das minhas cidades preferidas. É verdade que fica um pouco atrás do primeiro, mas vale nem que seja apenas por uma imagem: a do inglês que decide aprender russo apenas para poder falar com a mulher por quem se apaixonou. Nabokov (ou será que não foi ele?) refere que quando disse a alguém que já tinha lido Kafka, lhe perguntaram se tinha sido no original alemão; quando respondeu que não, disseram-lhe que então nunca tinha lido Kafka. Essa é uma das razões por que, a espaços, tenho tentado aprender alemão, mas sem grande sucesso; mas enfim, também é verdade que Kafka não é nenhuma boneca russa.
Já agora, o filme vale também por outras bonecas: uma inglesa, uma francesa, uma espanhola, uma belga lésbica, até uma senegalesa...
2) O argumento acaba por ser o que mais valorizo num filme (também nos filmes, como em tudo na vida, a forma pode por vezes fazer esquecer o conteúdo, mas, como em tudo na vida, é raro), e o argumento é o ponto forte deste Inside Man. Nota alta também para Clive Owen. Se, ao contrário de mim, não adormecem a ver cinema em casa, podem deixar para ver no sofá. De qualquer forma, a ver, mesmo por quem não pretende assaltar um banco num futuro próximo.
3) De Ki-duk Kim tinha visto apenas o Primavera, ..., mas era já sem dúvida suficiente para me fazer ir ver este Ferro 3. Tinha lido que o ambiente dos dois filmes era o mesmo, mas não foi o que achei: este junta-lhe momentos de violência, mas também alguns momentos de rara beleza e até alturas de um humor bastante peculiar. Literalmente sem palavras (quem viu percebe o que isto quer dizer).
4) Quando perguntaram a Joseph Heller porque nunca mais tinha escrito algo como o Catch 22 ele respondeu: "mas já alguém o fez?". Também penso que escrever um Catch 22 é suficiente para deixar realizado qualquer escritor, mas a verdade é que Heller continou a tentar repetir o feito. Da mesma forma não se pode pedir a Tornatore que faça sempre Cinema Paradiso's, ou a Benigni que cada filme saia um A Vida é Bela. Mas este O Tigre e a Neve é talvez a sua melhor tentativa até agora de fazer um sucessor digno. A ver por quem gosta de histórias de amor impossíveis, e do humor teatral de Benigni. Ah, e por quem, como eu, sempre imaginou que no casamento perfeito estará o Tom Waits a um canto a tocar piano.
5) Vivemos numa época, como aliás o foram todas as outras, em que já tudo foi inventado. Por isso, nota alta para Clooney por ter conseguido inovar na forma como colou cenas representadas a footage (como é que se diz footage em português?) real de McCarthy. Parabéns, e boa sorte.
Já agora, o filme vale também por outras bonecas: uma inglesa, uma francesa, uma espanhola, uma belga lésbica, até uma senegalesa...
2) O argumento acaba por ser o que mais valorizo num filme (também nos filmes, como em tudo na vida, a forma pode por vezes fazer esquecer o conteúdo, mas, como em tudo na vida, é raro), e o argumento é o ponto forte deste Inside Man. Nota alta também para Clive Owen. Se, ao contrário de mim, não adormecem a ver cinema em casa, podem deixar para ver no sofá. De qualquer forma, a ver, mesmo por quem não pretende assaltar um banco num futuro próximo.
3) De Ki-duk Kim tinha visto apenas o Primavera, ..., mas era já sem dúvida suficiente para me fazer ir ver este Ferro 3. Tinha lido que o ambiente dos dois filmes era o mesmo, mas não foi o que achei: este junta-lhe momentos de violência, mas também alguns momentos de rara beleza e até alturas de um humor bastante peculiar. Literalmente sem palavras (quem viu percebe o que isto quer dizer).
4) Quando perguntaram a Joseph Heller porque nunca mais tinha escrito algo como o Catch 22 ele respondeu: "mas já alguém o fez?". Também penso que escrever um Catch 22 é suficiente para deixar realizado qualquer escritor, mas a verdade é que Heller continou a tentar repetir o feito. Da mesma forma não se pode pedir a Tornatore que faça sempre Cinema Paradiso's, ou a Benigni que cada filme saia um A Vida é Bela. Mas este O Tigre e a Neve é talvez a sua melhor tentativa até agora de fazer um sucessor digno. A ver por quem gosta de histórias de amor impossíveis, e do humor teatral de Benigni. Ah, e por quem, como eu, sempre imaginou que no casamento perfeito estará o Tom Waits a um canto a tocar piano.
5) Vivemos numa época, como aliás o foram todas as outras, em que já tudo foi inventado. Por isso, nota alta para Clooney por ter conseguido inovar na forma como colou cenas representadas a footage (como é que se diz footage em português?) real de McCarthy. Parabéns, e boa sorte.
quarta-feira, maio 24, 2006
Thomas Truax + Dresden Dolls
O ambiente não prometia muito: um público uns dez anos mais novo do que a casa das artes me habituou (ou sou eu que estou velho?), e para cúmulo atrás de mim ficou um grupo de imberbes que ao que tudo indica nunca antes tinha ido a um concerto. Mas o mal pode estar em mim, claro. Aqui e ali, como esperado, destavam-se as meias e as camisolas às riscas (não teria sido fácil encontrar o Wally ontem à noite).
De Thomas Truax, que pouca gente conheceria, houve apenas tempo para ver uma música ao Hornicator, seguida da Sister Spinster e de "an instrument I did not invent myself, the guitar", primeiro em versão plugged (para The Butterfly And The Entomologist, com a própria borboleta a tocar guitarra) e depois em versão unplugged lá de Wowtown (que os imberbes trataram de arruinar batendo palmas por cima). Se bem me lembro a Cadillac Beatspinner Wheel ainda se juntou à Sister Spinster para tocar Shooting Stars, mas pouco mais. Tinha passado meia horita no máximo quando uma menina (de camisola às riscas, claro) sinalizou para dentro do palco que estava terminado o tempo(!). Soube a muito pouco, mas a verdade é que a audiência mostrava-se mais interessada no casal que se seguia.
Noutros tempos, que não estes da Internet e dos DVD's, a aparência dos Dresden Dolls poderia causar algum surpresa. Ainda assim, a noite estava garantida para fetichistas por meias pela coxa e vestidos curtinhos (se não se importarem com pelos debaixo do braço, claro). Agora sim houve tempo para tudo: muito do novo álbum, os sucessos do álbum de estreia (como Missed me, Coin-Operated boy, Half jack, Girl Anachronism), e até para "something I have never done before": ela que nunca compõe on the road conseguiu aproveitar o sossego proporcionado pela Casa das Artes para compor "what will forever be known as The Portugal Song". Tocando-a pela primeira vez, Mandy portou-se bastante bem, apesar de ter pedido desculpas antecipadas porque "I will surely fuck up".
No geral um concerto que ficará na memória, mas é pena o tempo entre os dois grupos não ter sido um pouco mais dividido.
Falta uma referência ao Massimo: depois de Baby Dee, também a Amanda destacou "the restaurant just outside the door". A experimentar.
De Thomas Truax, que pouca gente conheceria, houve apenas tempo para ver uma música ao Hornicator, seguida da Sister Spinster e de "an instrument I did not invent myself, the guitar", primeiro em versão plugged (para The Butterfly And The Entomologist, com a própria borboleta a tocar guitarra) e depois em versão unplugged lá de Wowtown (que os imberbes trataram de arruinar batendo palmas por cima). Se bem me lembro a Cadillac Beatspinner Wheel ainda se juntou à Sister Spinster para tocar Shooting Stars, mas pouco mais. Tinha passado meia horita no máximo quando uma menina (de camisola às riscas, claro) sinalizou para dentro do palco que estava terminado o tempo(!). Soube a muito pouco, mas a verdade é que a audiência mostrava-se mais interessada no casal que se seguia.
Noutros tempos, que não estes da Internet e dos DVD's, a aparência dos Dresden Dolls poderia causar algum surpresa. Ainda assim, a noite estava garantida para fetichistas por meias pela coxa e vestidos curtinhos (se não se importarem com pelos debaixo do braço, claro). Agora sim houve tempo para tudo: muito do novo álbum, os sucessos do álbum de estreia (como Missed me, Coin-Operated boy, Half jack, Girl Anachronism), e até para "something I have never done before": ela que nunca compõe on the road conseguiu aproveitar o sossego proporcionado pela Casa das Artes para compor "what will forever be known as The Portugal Song". Tocando-a pela primeira vez, Mandy portou-se bastante bem, apesar de ter pedido desculpas antecipadas porque "I will surely fuck up".
No geral um concerto que ficará na memória, mas é pena o tempo entre os dois grupos não ter sido um pouco mais dividido.
Falta uma referência ao Massimo: depois de Baby Dee, também a Amanda destacou "the restaurant just outside the door". A experimentar.
terça-feira, maio 23, 2006
It is a necessary evil...
... just like highway gas stations and people.
É já hoje o que promete ser o concerto do ano (e há mais gente a dizê-lo).
É já hoje o que promete ser o concerto do ano (e há mais gente a dizê-lo).
Prémio Olha Que Estranho
Notícia da Lusa, via Público Online: "Nova Associação Portuguesa de Infertilidade vai apoiar pessoas inférteis".
Literatura de WC 2
Vemo-los na televisão e imaginamos logo que são pessoas que até têm vida social. E afinal não, são pessoas normais sem nada melhor que fazer do que ler blogs sem grande interesse.
Isto lembra-me que ainda este fim-de-semana me aconteceu visitar alguém, que por sinal até tinha em alguma consideração, que nem a Maria tinha. Fugi, claro, mas confesso que foi embaraçoso tentar explicar ao casal de vizinhos o que fazia no elevador de calças na mão.
Isto lembra-me que ainda este fim-de-semana me aconteceu visitar alguém, que por sinal até tinha em alguma consideração, que nem a Maria tinha. Fugi, claro, mas confesso que foi embaraçoso tentar explicar ao casal de vizinhos o que fazia no elevador de calças na mão.
Borboleta 2
Confesso que ando um pouco fora das novelas da SIC, mas chamaram-me a atenção para o facto de que a Borboleta se chama agora Floribella. Eu não disse?
Continua a cabala...
Ao mesmo tempo que o Carrilho se chorava no Prós e Contras tínhamos na dois o (incomparavelmente mais interessante) Sete Palmos de Terra. De novo a comunicação social a sabotar o senhor, sem dúvida.
sexta-feira, maio 19, 2006
Baby Dee
Já ninguém na sala (ou, para ser mais correcto, no café concerto) esperava uma pessoa normal. E não quero também deixar a idea que o mais importante de Baby Dee, longe disso, é o facto de ser completamente freak. Mas a verdade é que ao falar do concerto de um(a) hermafrodita com a biografia dela isso acaba por vir ao de cima.
Musicalmente, Baby Dee mostrou na harpa que existe algo muito beautiful dentro da freak. Ao piano, o passado circence vem ao de cima. Impossível evitar a gargalhada ao ouvir "You must not pee in the house of God/Unless it's an emergency/And if you suffer from the crud/Don't wipe your slimy anus there" ou "God's got a plan for you/Jesus got a plan for you/He's gonna fry your fat ass in hell".
A menina começou por dizer que não costumava falar muito, mas que se sentia faladora. O assunto da noite foi o rei português que contratou um castrato para lhe cantar todas as noitas; algo que, segundo ela, certamente teríamos apagado dos nossos livros de História. Ficou encantada com o espaço (de alguém como Baby Dee dizer que um sítio é weird só pode ser um elogio) e também com os tickets de refeição, que prometeu falsificar: "I don't know what a jantar (leia-se rantar) is, but if it starts with scotch on the rocks it must be a good thing", ou "They took me to this place that looked like the toilets in Central Park, but was in fact the best restaurant in the world".
Where is my aguardiente?
PS: Estranhamente, verifico que Micah P. Hinson não mereceu aqui um post na altura do concerto; fica uma foto para recordar. Entretanto, a Arte do Pop já tem também foto.
Musicalmente, Baby Dee mostrou na harpa que existe algo muito beautiful dentro da freak. Ao piano, o passado circence vem ao de cima. Impossível evitar a gargalhada ao ouvir "You must not pee in the house of God/Unless it's an emergency/And if you suffer from the crud/Don't wipe your slimy anus there" ou "God's got a plan for you/Jesus got a plan for you/He's gonna fry your fat ass in hell".
A menina começou por dizer que não costumava falar muito, mas que se sentia faladora. O assunto da noite foi o rei português que contratou um castrato para lhe cantar todas as noitas; algo que, segundo ela, certamente teríamos apagado dos nossos livros de História. Ficou encantada com o espaço (de alguém como Baby Dee dizer que um sítio é weird só pode ser um elogio) e também com os tickets de refeição, que prometeu falsificar: "I don't know what a jantar (leia-se rantar) is, but if it starts with scotch on the rocks it must be a good thing", ou "They took me to this place that looked like the toilets in Central Park, but was in fact the best restaurant in the world".
Where is my aguardiente?
PS: Estranhamente, verifico que Micah P. Hinson não mereceu aqui um post na altura do concerto; fica uma foto para recordar. Entretanto, a Arte do Pop já tem também foto.
quinta-feira, maio 18, 2006
Judas, meu amigo
Segundo o novo evangelho, Judas era afinal o grande compincha de Jesus, que inclusive sacrificou o próprio nome (que aparece dicionarizado com o sentido de traidor ou amigo falso, sem dúvida a rever) a um interesse maior: o projecto do Cristianismo.
Entretanto, surgiram já documentos que comprovam que John Lennon pediu ao Mark que lhe espetasse 4 balázios (com medo de acabar como o Elvis), e foi também o próprio Salvador Allende quem deu uma apitadela à CIA, porque estava um pouco farto da vida de presidente.
Entretanto, surgiram já documentos que comprovam que John Lennon pediu ao Mark que lhe espetasse 4 balázios (com medo de acabar como o Elvis), e foi também o próprio Salvador Allende quem deu uma apitadela à CIA, porque estava um pouco farto da vida de presidente.
quarta-feira, maio 17, 2006
Best-sellers
Há dias ouvi alguém dizer que apesar de ser um livro muito vendido, que mudou a forma como se pensa a fé e a religião, os factos apresentados eram no mínimo questionáveis em termos históricos.
Pensei que falasse da Bíblia. Afinal falava do Código da Vinci.
Pensei que falasse da Bíblia. Afinal falava do Código da Vinci.
terça-feira, maio 16, 2006
Literatura WC
Um dia que tenha uma livraria haverá uma secção destinada apenas a literatura de casa de banho.
Não sei se sou o único, mas perco algum tempo nas livrarias à procura de livros próprios para casa de banho. E nem falo de livros à prova de água, mas sim de algo muito mais simples: livros de pequeníssimos contos, ou crónicas, ou o que seja, que possam ser lidos no tempo de uma... humm.. ida à casa de banho (e sem correr o risco que seque). Como, segundo parece, este é talvez o local onde os portugueses mais lêem, há aí certamente um nicho de mercado para atacar.
A tal secção da livraria incluirá alguns clássicos, para se ter na casa de banho apenas para impressionar as visitas. Clássicos de literatura de casa de banho, claro: um Guerra e paz não tem ali lugar. Eu, de minha parte, tento sempre ter um outro com esse fim; e, quando visito a casa de alguém, peço sempre para ir à casa de banho, mesmo que não tenha outra vontade que não seja verificar o que têm lá para ler. Se nem uma Maria encontrar abandono o mais rapidamente a casa, porque é pessoa com quem não vale a pena perder tempo.
Já agora, e como ajuda a quem precise enquanto a minha livraria não abre, eis o que tenho neste momento no armário da casa de banho: Prosa Completa, de Woody Allen; O Melhor das Comédias da Vida Privada, Luis Fernando Veríssimo; O Regresso do Menino Nicolau, Goscinny e Sempé; Primeira Pessoa, Pedro Mexia; Vai Pensamento, Pacheco Pereira.
Não sei se sou o único, mas perco algum tempo nas livrarias à procura de livros próprios para casa de banho. E nem falo de livros à prova de água, mas sim de algo muito mais simples: livros de pequeníssimos contos, ou crónicas, ou o que seja, que possam ser lidos no tempo de uma... humm.. ida à casa de banho (e sem correr o risco que seque). Como, segundo parece, este é talvez o local onde os portugueses mais lêem, há aí certamente um nicho de mercado para atacar.
A tal secção da livraria incluirá alguns clássicos, para se ter na casa de banho apenas para impressionar as visitas. Clássicos de literatura de casa de banho, claro: um Guerra e paz não tem ali lugar. Eu, de minha parte, tento sempre ter um outro com esse fim; e, quando visito a casa de alguém, peço sempre para ir à casa de banho, mesmo que não tenha outra vontade que não seja verificar o que têm lá para ler. Se nem uma Maria encontrar abandono o mais rapidamente a casa, porque é pessoa com quem não vale a pena perder tempo.
Já agora, e como ajuda a quem precise enquanto a minha livraria não abre, eis o que tenho neste momento no armário da casa de banho: Prosa Completa, de Woody Allen; O Melhor das Comédias da Vida Privada, Luis Fernando Veríssimo; O Regresso do Menino Nicolau, Goscinny e Sempé; Primeira Pessoa, Pedro Mexia; Vai Pensamento, Pacheco Pereira.
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