quarta-feira, outubro 04, 2006

Companhias

Alguém uma vez disse (o Richard Branson?) que a forma mais fácil de ser milionário é primeiro ser bilionário e depois criar uma companhia aérea. A verdade é que, enquanto nomes estabalecidos iam à falência, as low-cost conseguiram alterar as regras do jogo e com um novo modelo de negócio serem (?) lucrativas. Se o cenário para as companhias existentes já não era muito favorável, com esta nova entrada ficou ainda pior.
A resposta poderia ser dada pelo lado dos custos (o que é obviamente difícil, porque significa jogar no terreno do adversário, e competir com alguém que está desde o início optimizado para o custo baixo), ou então optar pela diferenciação. Não fazer nada significa, imagino, a morte mais ou menos lenta.
É nisto que penso quando, como ontem, voo na Lufthansa e me oferecem um quadradito de arroz e um quadradito de feijão verde com raspas de cenoura e lhe chamam refeição. Ou seja, em vez da diferenciação as companhias tradicionais estão cada vez mais parecidas com as low-cost. Pela minha experiência com a Virgin Express ou com a Ryanair, a diferença é pouco mais que o Público grátis e o quadradito de arroz. Sendo assim, é difícil justificar a diferença de preço: o que se poupa numa low-cost é mais do que suficiente para uma boa refeição antes do voo, outra depois, e toda a literatura de bordo que preciso.
Dito isto, porque estava eu a voar com a Lufthansa? Porque não sou eu que pago, basicamente. As empresas são tipicamente mais lentas a aderir a estes modelos: vi por exemplo muitas pessoas a aderir ao Skype em casa, e só bastante mais tarde as empresas a procurarem soluções VOIP. Lentas, mas acabam por chegar lá. E depois, Lufthansa?

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