Desde que me conheço que evito a fila da frente. Nas festas em criança, quando apareciam os palhaços, evitava sentar-me à frente, receando ser chamado para participar em qualquer coisa. Nas aulas, apesar de ser bom aluno, nunca me juntei aos marrões que se sentavam nas primeiras filas, e optava por fazer amizades nas filas de trás com colegas que no ano seguinte já não estariam no mesmo ano que eu. Na universidade, mais do mesmo.
Nos concertos, no entanto, tento arranjar lugar lá na frente. Para poder ver melhor o que se passa em palco, claro, e já agora porque costumo tirar uma fotozita daquelas manhosas de telemóvel que coloco aqui, e se não estou nas primeiras filas a qualidade é ainda pior. Infelizmente, como se torna difícil comprar bilhetes logo que sei que estão à venda, nem sempre o consigo. O concerto de Patrick novo-David-Bowie Wolf, no entanto, foi uma excepção: os bilhetes foram comprados apenas a uma semana da data, mas acabei por me sentar na fila A do novo Teatro Circo, algo que ainda não tinha feito. A primeira impressão não é a mais favorável: quando o Sr. Lobo entra e se senta ao piano, notamos que a disposição das colunas de som não está pensada para as primeiras filas. Com o decorrer do concerto, no entanto, o ouvido habitua-se e as vantagens de ver tudo a acontecer à nossa beira superam as desvantagens. O bilhete da Joanna Newsom diz fila B, por isso em breve estarei por ali novamente.
Leio por aí que pode ter sido dos últimos espectáculos de Patrick Wolf, que se vai despedir da música ainda este ano. Acredito, no entanto, que são apenas amuos próprios dos 23 anos, e que isso lhe vai passar.
O concerto foi curto, curtíssimo. Uma hora, ou pouco mais. O rapaz parecia mais confiante do que quando o vi na Feira (também ele agora se sentará nas primeiras filas, imagino), mas ainda assim esteve pouco falador. Explicou-nos que não havia músicas ao ukelele porque a TAP, em quem podemos sempre confiar para essas coisas, perdeu as malas; mas não nos explicou que teve também de andar por Lisboa à procura de roupa, e que acabou por encontrar numa loja para adolescentes (no feminino, claro). Das poucas vezes que falou foi para nos contar como Railway House foi inspirado numa casa que ocupou com um rapazito com quem foi muito feliz (bem, rapazito estou eu, preconceituoso, a assumir).
Num alinhamento que privilegiou, como seria de esperar, o novo álbum, os momentos da noite foram Tristan e The Magical Position. Nesta última sugeriu ao público que se levantasse para dançar; de início não pegou, mas bastou levantar-se a primeira para em poucos segundos ter dezenas de teenagers meio histéricas aos saltos entre mim e o palco. Até pensei que tinha ouvido mal quando ele disse que o concerto ia terminar, mas houve só tempo mais para um encore com Magpie e um Feels like I'm in love que repescou dos eighties, e estava a noite feita.
Ah, e as pernas branquíssimas da menina do violino (como se chama?) também mereceriam um post só para elas, mas não há tempo.
terça-feira, abril 24, 2007
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