A mim, que tenho acompanhado a carreira de David Sylvian bastante de longe, parece-me que esta não tem sido feita em linha recta: colaborações com artistas variados têm-no feito visitar terrenos diferentes. Não sei bem se isto tem feito fugir alguns seguidores (que continuarão a preferir ouvir os Japan ou o Secrets of the Behive, preterindo o que o senhor vai editando ultimamente), ou se, pelo contrário, lhe permite ter várias legiões de fãs com gostos diferentes.
O alinhamento do concerto desta Terça no Teatro Circo em Braga, em tudo semelhante, pelo que se lê pela blogosfera, a outros desta The World is Everything Tour, parecia pensado para provar que afinal toda a obra se encaixa na perfeição. Abriu com Wonderful World (dos recentes Nine Horses), passou por World Citizen (sem Sakamoto), por vários temas desde os anos oitenta (Waterfront, Brilliant trees, e até um Ghosts dos Japan disfarçado) até aos mais recentes (A fire in the forest, Snow born sorrow, The librarian) e a coisa apresentava uma coerência que inicialmente não lhe atribuíria.
Em palco, David Sylvian não é dos artistas mais agitados (ou faladores) que por ali passaram. Não vou dizer que o ar é de frete, porque não é, mas todo o concerto é passado sentado no seu banquinho, e a interacção com o público limita-se a uns Thank You's quase inaudíveis. É quase difícil perceber como pode este trabalho tão sedentário levado o homem a cancelar 3 concertos na última semana (Moscovo, San Sebastian, CCB) por fadiga. Cansado ou não, musicalmente foi a perfeição que se lhe reconhece. Até parece fácil.
PS: Anda por aí pelos torrents um concerto em Glasgow do mês passado (com um alinhamento idêntico), com uma qualidade de som bastante boa. Recomendo a quem quiser recordar o que ouviu na Terça, ou aos lisboetas que (oh que pena) não tiveram (ainda?) direito a concerto.
sexta-feira, outubro 26, 2007
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