Amigos inseparáveis desde a infância, eu e o Pedro, e os dois melhores do nosso ano na Faculdade. Naquele exame eu tive 17, e o Pedro 18; o professor deu-me os parabéns, disse que eu escrevia muito bem, mas acrescentou que tive azar em ser do mesmo ano do Pedro. Ajeitou a gravata como quem vai dizer uma verdade universal, e finalizou: na vida real não tens que ser muito bom, tens que ser o melhor.
Na questão que o Pedro tinha falhado eu tinha tido pontuação máxima; a que eu errei era sobre o autor preferido do Pedro. Num momento de pouca lucidez, cheguei a considerar estudarmos juntos e melhorarmos os dois. Imediatamente bati na cabeça castigando-me pela minha própria estupidez: esse não era, obviamente, o caminho para ser o melhor.
No dia anterior ao segundo exame atropelei o Pedro a caminho da Faculdade, praticamente sem querer. O exame nem me correu especialmente bem e tirei 16, mas fui o melhor.
quarta-feira, outubro 31, 2007
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