Eduardo Prado Coelho escrevia no Público um destes dias que descobriu o Flatland, e aparentemente gostou. Não deixa de ser um bom sinal ouvi-lo dizer que o leu, mas o próprio facto de o vir dizer, aos 60 anos, admiradíssimo como quem descobre um grande segredo, mostra como ainda é verdade que os nossos intelectuais consideram que uma pessoa "culta" deve obviamente ser conhecedor de Literatura, Pintura, Teatro, mas deixam a Ciência de fora disto.
O que distingue um clássico dos restantes livros é que ninguém os está a ler. Ninguém vem dizer aos 60 anos que está a ler o Quixote ou o Em Busca do Tempo Perdido. Quando muito pode estar a reler, mas nunca ninguém vai admitir que nunca pegou, sei lá, no Memorial do Convento.
O Flatland é, é claro, um clássico, já centário. Parece que a A&A lançou uma nova edição, e daí ter chegado agora às mãos do EPC, mas a Gradiva já o tem na Ciência Aberta há mais de 10 anos e por isso não há desculpa. Eu, de minha parte, sou capaz de comprar a nova versão, para o juntar ao amarelado da Gradiva; para reler...
sexta-feira, dezembro 01, 2006
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1 comentário:
Grande livro, escrito antes da teoria da relatividade. Eu também tenho o amarelado.
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