sexta-feira, julho 28, 2006

Landis se fue...

Um engraçadinho do maisfutebol (ou terá sido da Marca?) decidiu colocar isto, que veio ter ao meu bloglines:

Isto é o que aparece no rss do maisfutebol:

Nas notícias em si, claro, o texto não aparece.
Enfim, ainda há gente que leva a sua profissão com boa disposição...

sexta-feira, julho 14, 2006

A melhor desculpa do ano

Tinha lido a frase em inglês, mas não a original em italiano.
Faz-me lembrar quando perguntaram à Naomi Campbell se confirmava rumores de separação do Joaquin Cortez, porque tinham sido vistos a discutir. "Discutir, nós? Impossível: eu não falo espanhol, e ele não fala inglês."

Perspectivas

Para quem ainda duvida que há diferença entre direita e esquerda (mesmo sendo esta esquerda):
(cito de memória)
Mª João Avillez: Sabe como chamam à Ministra da Educação? A nova Thatcher...
Sócrates: Bem, não vamos confundir persistência com...
MJA: Não percebeu, eu estava a fazer-lhe um elogio...

Cabeçada

Ontem tive pena de o Sócrates não ser o Zidane, e a Maria João Avillez o Materazzi. A senhora não insultou a irmã do primeiro-ministro, é verdade, mas que é ainda mais insuportável que o jogador italiano acho que ninguém duvida.

quarta-feira, julho 12, 2006

Dying slowly

So many squandered moments
So much wasted time
So busy chasing dreams
I left myself behind

I’ve seen it all and it’s all done
I’ve been with everyone and no one
So this dying slowly
It seemed better than shooting myself

(Tindersticks)

terça-feira, julho 11, 2006

O Outono em Pequim

É oportuno, nesta altura, fazermos uma breve pausa, porque isto vai passar a ter coesão e a dividir-se em capítulos normais. Há uma razão para isso: é que já temos uma rapariga, uma linda rapariga. [...] Com as raparigas é preciso haver tristeza, [...] é algo que nasce com elas. Com as bonitas. Das feias, pouco há a dizer: já basta que existam. Aliás, são todas bonitas.
Uma chama-se Cobre, outra Lavanda, e os nomes de algumas aparecerão depois, mas não neste livro, nem sequer nesta história.
Haverá muita gente na Exopotâmia, visto que é o deserto. As pessoas gostam de reunir-se no deserto, porque há lá lugar. [...] Arthur Eddington ensinou um processo para recuperar os leões que o deserto comporta: basta peneirar a areia e os leões ficam na rede. [...] Eddington esqueceu-se de que existem também os calhaus. Creio que, de vez em quando, vou falar em calhaus.

(Boris Vian)

segunda-feira, julho 10, 2006

Acabou

Para acabar o tema do mundial, um resumo de a) a o):
a) Portugal acabou no 4º lugar, e sinceramente a classificação até foi melhor que o que produzimos em campo;
b) Estamos de parabéns: se há um mês alguém dissesse que chegaríamos às meias-finais toda a gente concordaria que seria um excelente resultado; mas acaba por saber a pouco, porque há uma semana atrás o 4º lugar era o pior que nos podia acontecer;
c) Mesmo que tivessemos atingido o tal lugar no pódio esta selecção ficaria bem atrás da de 66, que encantou o mundo e deu uma nova grande estrela ao futebol mundial;
d) Dizer que estamos nas quatro melhores equipas do Mundo é um pouco falacioso: afinal, não conseguimos passar França e Alemanha, e portanto estamos ao mesmo nível de Espanha, Brasil, Argentina.
e) Para quem acha que jogamos bem: apenas dois homens foram considerados o melhor em campo perdendo o jogo: Fonseca no Portugal-México e Hargreaves no Portugal-Inglaterra;
f) No entanto, o Portugal-Alemanha, por ser quase a feijões, acabou por ser dos melhores jogos do mundial;
g) Nuno Gomes, porque não jogaste mais?
h) A Itália acabou por ganhar bem, mesmo tendo sido apenas nas grandes penalidades. Este mundial, no entanto, não conseguiu convencer ninguém de qual a melhor equipa do mundo: nenhuma equipa se destacou realmente, e os adeptos das, digamos, nove equipas candidatas chegam ao final a pensar que com um pouco mais de esforço poderiam estar agora a festejar;
i) 86 é Maradona, 90 é Baggio, 94 é Romário, 98 é Ronaldo (e Zidane), 2002 é Ronaldinho. 2006 não é ninguém em especial. A Fifa acabou por eleger Zidane como melhor do torneio, uma espécie de consolação por não ter ganho em 98 e um prémio de fim de carreira;
j) E por falar em Zidane... Porquoi, Zidade, porquoi? Ainda ninguém sabe. Um atitudade irracional? Um homem fraco, que não conseguiu aguentar-se? Um homem forte, que mostrou finalmente o que andou a aprender na sua juventude em Marselha? Será isso tudo e mais alguma coisa, como todos nós;
k) Zizou não deixa de ser, mesmo tendo perdido a final, mesmo com a cabeçada, o melhor desde Maradona;
l) Materazzi acabou por ser, ao lado de Zidane, uma das figuras da final: fez o penalty sobre Henry, marcou o golo do empate, beliscou o mamilo, levou uma cabeçada, marcou uma das grandes penalidades. E estará certamente nas notícias ainda durante alguns dias, porque Zidane há-de falar;
m) Num futebol globalizado, é difícil haver surpresas; até o Gana foi apenas meia supresa, e os seus craques eram já nomes conhecidos;
n) Com atletas com jogos a mais nas pernas, com tácticas defensivas, com treinadores mais preocupados em não perder, o futebol perde o seu espectáculo; cuidado Fifa...
o) Para quem gosta de teorias da conspiração: foram nomeados já na sexta os 10 melhores jogadores do Mundial: 4 italianos (Buffon, Cannavaro, Pirlo, Zambrotta), 3 franceses (Henry, Vieira, Zidane), 2 alemães (Ballack, Klose) e um português (Maniche). Esta equipas acabariam por ficar respectivamente em 1º, 2º, 3º e 4º lugares. Coincidência?

quarta-feira, julho 05, 2006

Sofrer até ao fim

Quando escrevi, ainda sem saber exactamente a classificação dos outros grupos, disse que era importante ficar em primeiro do grupo, para evitar a Argentina e a Alemanha. Assim foi, e Holanda e Inglaterra comprovaram serem bons adversários para nós. Foram, contudo, ambos jogos muito difíceis. A verdade é que ainda não convencemos o Mundo, mas estamos nas meias-finais.
Já se sabia que tínhamos um grupo muito fácil (o México era sem dúvida o pior cabeça de série, e Irão e Angola são o que são), mas que o próximo jogo seria muito difícil: ou a Argentina (um dos grandes favoritos) ou a Holanda (o melhor não-cabeça de série, juntamente com Portugal). Confirmando esses prognósticos, o Portugal-Holanda era o jogo mais equilibrado dos oitavos, juntamente com os jogos entre os grupos G e H (França-Espanha e Ucrânia-Suiça), e estes porque a França decidiu estragar as contas ao ficar em segundo lugar.
Ainda que batendo o recorde de expulsões o jogo acabou por correr bem; um jogo típico Filipão, disseram os brasileiros (que na altura ainda sonhavam com o bi-tri). No jogo seguinte, com a Inglaterra, voltamos a não impressionar, mesmo contra dez. Foi preciso um novo recorde (desta vez o de número de defesas de um guarda-redes num só jogo, nos penalties) para os ultrapassar. Sempre pensei que o Scolari tinha vendido a alma a alguém muito poderoso lá em cima (ao mesmo a quem o Mourinho vendeu a sua, imagino), mas uma alma já não chega: para ter tanta sorte, o homem vendeu, imagino, a alma da família toda.
Estamos então nas meias-finais, e não convencemos o Mundo: temos tido sorte, e além disso "mergulhamos" e pressionamos os árbitros; é esta a opinião de Holandeses, Ingleses, Franceses, Brasileiros. O mesmo se tinha passado com a Grécia há dois anos: foram campeões, mas não conseguiram ser verdadeiramente considerados a melhor equipa da Europa.
Entretanto, ainda não apareceu o jogador do Mundial. Teoricamente este devia ser o Mundial em que Zidane entregaria a coroa a Ronaldinho (que entretanto tinha sido já emprestada ao Ronaldo em 2002), mas Zizou achou que ainda não tinha chegado a altura, e Ronaldinho até concordou, passando ao lado do mundial. A eleger uma figura, até agora, penso que ainda terá que ser Zidane.
Do nosso lado o mágico é Deco, mas este também ainda não apareceu: no primeiro jogo não jogou por não estar a 100%, no terceiro foi poupado, a meio do quarto foi expulso, e no quinto estava castigado. No jogo do Irão mostrou um ar da sua graça, é verdade, mas ele consegue mais. Agora ele e Cristiano Ronaldo estão frescos, o que pode ser um ponto positivo para nós (ao contrário de um Figo, por exemplo, que me parece que já não aguenta 90 minutos).
Assim como queria evitar Argentina e Alemanha, também considero que um jogo com o Brasil seria muito difícil para nós: são parecidos connosco, mas melhores. Ainda assim, a França é o nosso histórico carrasco das meias-finais.
Será hoje que vamos convencer o Mundo? Será afinal a Deco que Zidane vai passar o testemunho?
Evitar novamente a Alemanha, é tudo o que peço.