quinta-feira, setembro 28, 2006

Maminhas

Afinal não só às crianças pertence o mundo. Com Jura, a SIC (e parece que também a TVI com Tempo de Viver) lembrou-se que nós também queremos ver televisão.

Vermelho, vermelhão

Não sendo mais, valeu pela festa, pela A1 pintada de vermelho, pela estação da Mealhada a vender cachecóis do Glorioso.

terça-feira, setembro 26, 2006

The impossible rapper

Hoje acordei a cantar isto. Dedicado ao tempo em que me fascinava o Escher, e em que ouvia Momus.

But if we imagine a world where every MC really is badder and fresher
Than every other, it just gets madder and madder
One of those rooftop salmon ladders
Drawn by .....

MC Escher
The impossible rapper
Ain't nobody does it better
Under pressure
MC Escher
He's so clever
Gives you pleasure
Forever

So watch the water flow round and round
Without the need for pressure
This world of perpetual motion
Is just a beautiful illusion


domingo, setembro 24, 2006

Bom fim-de-semana

No final do século passado dava formação, entre outros, de um módulo de Introdução à Informática. Na primeira sessão costumava pedir aos formandos exemplos de como a informática influencia a nossa vida, tanto positiva como negativamente. Na coluna dos factores negativos aparecia invariavelmente o facto de os computadores (ou as máquinas no geral) poderem em alguns trabalhos substituir o homem, e assim levar ao aumento do desemprego. Alguém normalmente contra-argumentava que outros empregos são criados pelos computadores (ou não fosse o de formador de informática um bom exemplo), mas no geral a opinião era de que o saldo seria negativo.
O papel do formador, para mim, sempre foi o do advogado diabo, argumentando a favor da opinião em minoria de forma a fomentar a discussão. Sempre tive jeito para argumentar mesmo não concordando com o que estou a defender, mas no caso específico isso nem era necessário. O argumento é simples: sim, os empregos provavelmente diminuiriam, mas e daí?
É verdade que muitos defendem que apenas o trabalho completa o ser humano, e blá blá, mas nunca acreditei nisso. Quando as pessoas se queixam de não ter emprego, frequentemente estão a queixar-se daquilo que os empregos proporcionam: basicamente, aqueles pedaços de papel a que se convencionou atribuir valor de troca (ok, e em casos raros a um sentimento de "contribuição para a sociedade" e de "realização").
As máquinas, ao contribuir para aumentos brutais de produtividade, deveriam contribuir para que as pessoas tivessem de trabalhar cada vez menos. Para que raio queremos as máquinas senão para isso? Em vez disso, claro (e sem querer soar muito marxista), as mais-valias (oops) desse aumento de produtividade beneficiam os do costume, e quem se lixa é o mexilhão. Mas não teria que ser assim: num futuro não muito distante poderia só trabalhar quem quisesse.
Fazendo uma análise propositadamente simplista, é fácil ver que havendo excesso de oferta no mercado de trabalho (originando desemprego), não ouvimos falar de falta de produtos. Ou seja, as pessoas que trabalham são suficientes para produzir o que precisamos. Ou seja ainda, não é preciso que trabalhemos todos. E, num futuro não muito distante, muito menos serão precisos. Aliás, a semana de trabalho já foi reduzida para metade no último século, e aquilo que chamamos hoje uma semana cheia seria um trabalho leve no auge da Revolução Industrial. Parece-me que não há razões para pensar que essa tendência precisa inverter-se.
Bem, vem isto a propósito de me terem chamado a atenção para o facto do Bloco de Esquerda ter defendido o fim-de-semana de 3 dias (semana de 36 horas, a 9 horas por dia). É um tema a voltar com mais tempo: não é uma ideia original (tenho essa ideia todas as segundas-feiras), e não vou discutir se Portugal se pode dar ao luxo de estar na linha da frente nesta matéria, mas como meta a atingir parece-me bem. Só ainda não decidi se prefiro a sexta ou a quarta-feira.

sexta-feira, setembro 22, 2006

O Sol

Não comprei. Tinha curiosidade, confesso, mas sinceramente não me apeteceu contribuir para que o primeiro número fosse um sucesso (parece que esgotou, no entanto, mesmo sem a minha contribuição). E não li. Mas não tinha grandes ilusões.
A primeira pista era o próprio nome. O inglês The Sun, de quem o novo semanário copia o nome, não é propriamente conhecido pelo seu jornalismo sério. Pior, talvez, só se se chamasse O Espelho Diário.
Depois, o próprio José António Saraiva deixou tudo bem claro na entrevista com a Judite de Sousa. Quando a jornalista lhe perguntou se havia espaço para mais um semanário quando os jornais estavam a cair nas vendas, Saraiva respondeu (escrevo de memória) que isso era falso: que era verdade que os jornais de referência (Público, DN, Expresso) estavam a descer, mas jornais como o Correio da Manhã ou o 24 Horas subiam. Só era preciso, concluiu, escrever para o público certo. Seria preciso dizer mais alguma coisa? O post do Pedro Mexia vem confirmar isto, ao chamar ao jornal "o Correio da Manhã em semanário".
Mas nem era preciso o Mexia: já o sabia desde que o isento Isaltino Morais tinha chamado o jornal de "pasquim".

El diablo

Ayer vino el Diablo aquí, ayer estuvo el Diablo aquí, en este mismo lugar. Huele a azufre todavía esta mesa donde me ha tocado hablar. Ayer señoras, señores, desde esta misma tribuna el Señor Presidente de los Estados Unidos, a quien yo llamo "El Diablo”, vino aquí hablando como dueño del mundo. Un psiquiatra no estaría de más para analizar el discurso de ayer del Presidente de los Estados Unidos.
Discurso do Presidente da República Bolivariana da Venezuela, Hugo Chávez, na 61ª Assembleia Geral da ONU em Nova Iorque

quarta-feira, setembro 20, 2006

Love, love, love, love, crazy love

Os Vetiver estiveram este domingo à noite no Corredor Nascente da Casa da Música. O dito corredor, esgotadíssimo (diria que 100 pessoas, talvez um pouco mais), acaba por ser um local agradável e intimista, com uma excelente vista para a Rotunda da Boavista (se nos abstrairmos do facto de estarmos com o cu no chão duro).
Andy Cabic, vamos assumir, é mais conhecido por ser "o amigo do Devendra". Esta amizade, e a colaboração a nível musical, tem levado a incluí-lo no que chamam freak folk. Tá mal: Andy não é Devendra, e se aos álbuns e aos concertos deste facilmente se associa a palavra freak - mesmo quem não tenha ouvido o nome do movimento -, nestes Vetiver o simples e o belo sobrepõem-se largamente ao freak e ao weird (bem, excluindo os últimos 2 minutos de Red Lantern Girls). Andy também não enche o palco como faz o Niño Rojo, mas aqui e ali foi mantendo alguma interacção com a assistência.
Tendo a banda apenas dois álbuns o alinhamento era mais ou menos previsível: mais do último Find Me Gone, mas também muito do álbum homónimo de estreia. É verdade que em algumas músicas notou-se, por exemplo, a falta das vozes femininas, mas outras até saíram melhor nesta versão ao vivo. Pontos altos acabaram por ser as músicas a pedido nos encores: Amour Fou e Idle Ties ("yes, ok, we'll play both") e Belle ("you're right, we haven't played that one yet"), e também as versões de outros autores: Be Kind to Me de Michael Hurley ("one of our favourites"), Long, Long Time to Get Old dos Great Speckled Bird ("we weren't going to play that one, but we want to see how it sounds in this room").
No geral, o concerto esteve à altura dos álbuns, e quem os conhece sabe que isso é um grande elogio.

segunda-feira, setembro 18, 2006

Antuérpia, Agosto 2006

(Jan Fabre, Koninklijk Museum voor Schone Kunsten)

domingo, setembro 17, 2006

Ghent, Agosto 2006

ou: Como é bom clima é Portugal.

sexta-feira, setembro 15, 2006

Bruxelas, Agosto 2006

quinta-feira, setembro 14, 2006

Braguinha

Quantos vezes equipas portuguesas ganharam duas vezes numa semana a equipas italianas?

terça-feira, setembro 12, 2006

É já este domingo...

Escolher o (meu) concerto do ano de 2004 não seria muito difícil: o Devendra do primeiro Festival para Gente Sentada, o tal que o pôs a cantar em português, destacou-se do resto que vi nesse ano. Para 2005 a escolha é fácil também: alguns segundos após o Antony começar a cantar na Casa das Artes em Famalicão toda a gente presente sentiu que aquela seria uma noite especial, para recordar.
Para este ano não sei quem destacar, se tiver de escolher apenas um. Vi as Cocorosie; o Thomas Truax e os Dresden Dolls; Undertow Orchestra; a Baby Dee; Micah P. Hinson; os Pop dell'Arte. E é verdade que o Festival para Gente Sentada ainda aí vem (para já sem nomes confirmados). Mas, confesso, estou bastante optimista para o concerto deste domingo, dos Vetiver, na Casa da Música.

sexta-feira, setembro 08, 2006

Adivinhómetro

Há tempos o Rui Tavares escrevia no público, e também no seu blog, sobre o adivinhómetro do Vasco Pulido Valente (no caso sobre o extremismo muçulmano). Lembrei-me de um artigo que li do mesmo VPV, a 9 de Abril (um Domingo).
O objectivo do dito artigo era mais ou menos explicar-nos a cruzada valente do seu autor contra "o culto da saúde, da juventude e da perenidade da vida", e como o Vasco é uma espécie de Bolivar do século xxi, lutando bravamente pela liberdade de fumar. É sempre triste, apesar de frequente, ver pessoas inteligentes tentar justificar de forma idiota os seus vícios. Desta vez VPV vinha defender que "a evidência de que o fumo passivo prejudica a saúde está longe de ser conclusiva e não conseguiu persuadir a maioria dos peritos". A maioria dos peritos serão, claro, os companheiros de whisky de VPV. O curioso foi que, por enorme coincidência (ou alguém atento na redacção do Público?) o mesmo jornal viria desmentir o adivinhómetro, logo na quarta-feira seguinte.
Num artigo de Alexandra Campos com o título "Oito horas numa discoteca podem representar 15 cigarros para não fumador", a jornalista referia um estudo da Universidade do Minho que "que leva em conta a concentração de nicotina no ar e o volume de ar aspirado durante determinado tempo de exposição", para "estimar a quantidade média de cigarros "fumados" pelos não fumadores".
Mas, claro, o que são meros factos quando comparados com o adivinhómetro.

Morangos

Será que não existe na TVI um Director de Informação com vergonha na cara que impeça que o Jornal Nacional dedique 15 minutos, com directo e tudo, a "noticiar" o "novo ano lectivo no Colégio da Barra"?

quarta-feira, setembro 06, 2006

Lógica

No mesmo Alfa. Um rapazito joga com o seu gameboy durante todo o caminho; entretanto, o avô lê atentamente o 24 Horas. Durante a viagem o comboio pára, sem razão aparente. Vô, o que faz o comboio parado? A resposta foi imediata, sem levantar os olhos do 24 Horas: Oh, oh, se está parado não faz nada...

terça-feira, setembro 05, 2006

Racismo 2

Ainda no Alfa, um brasileiro conversa com um português já de idade.
Como se chama, pergunta o brasileiro. Emídio, responde o senhor. Ah, Emídio. Emídio, Emídio. Bonito nome. O meu é Edmilson. Parecido, né? Muito parecido com... Como é mesmo o seu nome? Emídio. Ah, é, Emídio. É nome só de Portugal. Lá no Brasil não temos isso. Não usamos esse nome lá. Esse nome de.. Como é mesmo o seu nome?

domingo, setembro 03, 2006

Racismo

Tenta-se não se ser racista, mas nem sempre é fácil.
12 de Agosto, Alfa de Braga para Lisboa. Uma senhora passa por mim e pergunta para que lado fica a casa de banho. Respodo que para aquele, penso eu. "E é sempre em frente?"