quarta-feira, setembro 20, 2006

Love, love, love, love, crazy love

Os Vetiver estiveram este domingo à noite no Corredor Nascente da Casa da Música. O dito corredor, esgotadíssimo (diria que 100 pessoas, talvez um pouco mais), acaba por ser um local agradável e intimista, com uma excelente vista para a Rotunda da Boavista (se nos abstrairmos do facto de estarmos com o cu no chão duro).
Andy Cabic, vamos assumir, é mais conhecido por ser "o amigo do Devendra". Esta amizade, e a colaboração a nível musical, tem levado a incluí-lo no que chamam freak folk. Tá mal: Andy não é Devendra, e se aos álbuns e aos concertos deste facilmente se associa a palavra freak - mesmo quem não tenha ouvido o nome do movimento -, nestes Vetiver o simples e o belo sobrepõem-se largamente ao freak e ao weird (bem, excluindo os últimos 2 minutos de Red Lantern Girls). Andy também não enche o palco como faz o Niño Rojo, mas aqui e ali foi mantendo alguma interacção com a assistência.
Tendo a banda apenas dois álbuns o alinhamento era mais ou menos previsível: mais do último Find Me Gone, mas também muito do álbum homónimo de estreia. É verdade que em algumas músicas notou-se, por exemplo, a falta das vozes femininas, mas outras até saíram melhor nesta versão ao vivo. Pontos altos acabaram por ser as músicas a pedido nos encores: Amour Fou e Idle Ties ("yes, ok, we'll play both") e Belle ("you're right, we haven't played that one yet"), e também as versões de outros autores: Be Kind to Me de Michael Hurley ("one of our favourites"), Long, Long Time to Get Old dos Great Speckled Bird ("we weren't going to play that one, but we want to see how it sounds in this room").
No geral, o concerto esteve à altura dos álbuns, e quem os conhece sabe que isso é um grande elogio.

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