terça-feira, outubro 25, 2011

Equidade

À primeira vista este orçamento é realmente pior para a função pública, e até comentei isso ali em baixo. Mas também me parece aceitável o argumento que ou era isto ou despedimentos em massa (falava-se em 50 a 100 mil), e vejo pouca gente a defender que se deveria ter optado pelos despedimentos (ainda que aí sim o corte na despesa seria estrutural, e não apenas por 2 anos). E a verdade é que se no público se optou por baixar para evitar despedir, no privado não houve opção: por despedimentos ou por falências já centenas de milhar perderem mesmo o emprego.

7 comentários:

M. disse...

Neste caso detesto contrariar-te e até confesso que gostaria de estar errado...(sabes o que me custa...lol).

Tens que ler mais além do que está escrito e já está decidido. A estratégia é evidente: política de nível...Neste momento o argumento para cortar a FP foi o da estabilidade... Os da FP engoliram e os do Privado logo disseram: ah pois é...Eu posso ser despedido...(maniqueismo de merda).

Nível seguinte: Chega-se a conclusão que os cortes não foram suficientes (oh ???) e por isso é preciso despedir na FP...

Alguma dúvida? Mesmo que desonesta?



O que vale é que no final da história estamos todos na merda. Solidários e unidos, não seja mais pelo cheiro...

:)

pvl disse...

O teu post anterior diz tudo. Primeiro tiram os dois subsídios do público. Depois tiram os dois do privado para resolver o problema da equidade.

M. disse...

É por aí...

No fim...fazemos as contas e perdemos todos...e tudo...

Rui Dantas disse...

pois, cada é um pessimista para o seu lado, e também vejo mais a coisa mais assim. como seria demasiado impopular atacar logo ambos os sectores, anunciam a medida no público apenas (nós tentamos que fosse do lado da despesa, nós tentamos) mas, depois de ouvir o país, magnânimos, quase nos fazendo um favor, alargam ao privado também.

pessoalmente só posso agradecer. por vezes para tomarmos algumas medidas (como fugir daqui) é necessário quem nos empurre.

pvl disse...

Portugal é um país fixe para viver. Tem é que ser encarado como o local da casa de férias. Da mesma forma que há ingleses que têm casa no Algarve e passam cá uma parte do ano. Ou os alemães que passam quase o tempo todo em Maiorca.

Rui Dantas disse...

Infelizmente, "férias" é apenas uma pequena parte do meu "viver" (é algo que nunca perdoei aos meus pais: numa demonstração de enorme preguiça nunca conseguiram garantir-me uma mesada que me dispensasse de dedicar tempo a chatices como "trabalhar").

Este sábado, sentado na praia do tamariz a ver toda a gente a banhar-se no mar no final de outubro, questionei-me se seria realmente boa ideia trocar isto por um qualquer país frio e cinzento. Mas, logo no domingo, deus nosso senhor todo-poderoso, na sua imensa sabedoria, deu início ao inverno e alagou os túneis de braga, naquilo que interpretei como um sinal pouco subtil de "põe-te mas é a andar daqui". E, claro, mesmo sem sarças ardentes não se devem ignorar estes sinais.

pvl disse...

Não, não é nada disso. Não é férias, é uma escolha, uma opção de estilo de vida onde se aproveita essencialmente o clima e a natureza e ignora-se uma parte substancial da cultura e a sociedade.

Por exemplo, ignora-se o facto de ter que pagar 23% de IVA na conta de electricidade, mas as fortunas passam dos pais para os filhos sem pagar um cêntimo de imposto. Visto de fora até dá para rir saber que os mesmos bandidos que acabaram com o imposto sucessório estão preocupados com questões de equidade.

PS. hoje está sol, será outro sinal? ;-)