terça-feira, outubro 04, 2011

Nós, redículos



Francisco Van Zeller - "Não podemos evitar que haja manifestações na rua, era muito esquisito, éramos um povo de molengas se por acaso não fossem para a rua, já viu que ridículo que era este povo aceitar estes sacrifícios e não ir para a rua, não fazer barulho, não fazer um desfile, não fazer uma greve, parecíamos parvos... ou mortos."

3 comentários:

M. disse...

Aposto no segundo ou:) Parvo não sou:)

pvl disse...

É um tema interessante ... num regime pseudo democrático o maior medo que a cleptocracia tem é que as pessoas desistam de participar no jogo. Se as pessoas manifestarem-se isso significa que acreditam no jogo apenas querem melhorar as suas condições. E o jogo vai continuando, muita gente contrariada mas acreditando que a sua luta tornar as coisas melhores. Se as pessoas desistem a cleptocracia fica com poucos instrumentos para continuar o jogo. Aos mais pobres ainda podem cortar com os subsidios de desemprego e RSI para ver se as pessoas voltam ao jogo por terem fome. Mas há pouco que possam fazer a todos os outros que não têm que se preocupar com a fome, e com as fronteiras abertas nem é certo que consigam obrigar o pessoal a trabalhar dentro do país. Na Grécia o que implodiu o sistema foi as pessoas desistirem e cá aparentemente está a acontecer o mesmo. Não me parece que sejamos rídiculos, parece-me é que este senhor está borrado de medo.

Rui Dantas disse...

pedro, não percebi o argumento.

na grécia pelo menos vão queimando uns carros; é verdade que não tem adiantado muito, mas se não for mais alivia o stress. nós até temos a grande vantagem de eles nos irem fazendo a crónica da nossa morte anunciada, mas mesmo assim percorremos masoquisticamente o mesmo caminho.

e continuamos com a cabeça entre as orelhas, carneiros a caminho do açougue, porque não há outra solução, porque temos que aguentar os sacrifícios, e porque bla bla.

não me parece que haja qualquer vontade de tentar algo diferente, por isso não percebo porque hão-de estar os Van qualquer coisa borrados de medo. mesmo no pior dos casos já se sabe quem é que se lixa quando o mar bate contra as rochas.