quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Delírios

Menezes, num post delirante que entretanto parece ter desaparecido misteriosamente do seu blog, anunciava a vitória do não (e para chegar a essa conclusão somava o NÃO com a abstenção).
Agora vem dizer que a constituição exige maioria para validar uma opção; recomenda-se a consulta de vinculativo num dicionário, e a reflectir sobre a diferença entre "obrigar" e "permitir", e talvez até perceba porque é que, ao contrário do que dizia Marques Mendes, não se poderia despenalizar se o NÃO tivesse ganho (votando mais de metade dos eleitores).
Mas o que achei engraçado neste post de Menezes foi esta conclusão em que ele diz que se não se concorda com os 50% + 1 da Constituição se devia mudar a lei: "A lei é inexequível e, portanto, má? Talvez. Mas a solução passa por alterá-la e não por ignorá-la. Pelo menos, haja o bom senso de aproveitar a oportunidade para a adequar à realidade." Não parece mesmo uma frase retirada de um discurso do SIM, sobre uma outra lei?

PS: Para registo, aqui fica o tal delírio desaparecido:
"Os primeiros dados deste referendo consubstanciam desde já, independentemente da posição de cada português em relação ao problema concreto, uma enorme derrota política do Primeiro-Ministro.
Uma votação que, dado o enorme abstentismo, torna o resultado do referendo não vinculativo tem leituras óbvias e indiscutíveis: uma iniciativa política do Primeiro-Ministro é reprovada por cerca de 80% dos portugueses (somatório dos que não se interessaram, abstendo-se, com os que votam contra), derrota porque para além de ter sido o promotor desta iniciativa política, foi militantemente pró-activo em toda a campanha e fez do combate à abstenção a grande bandeira dos seu derradeiros discursos políticos.
Os portugueses, quer se queira quer não, não tinham a sua cabeça concentrada em exclusivo na problemática que ia ser referendada. Tinham-na também, na sua má disposição com as promessas diariamente quebradas, na sua incompreensão para com a evolução medíocre dos resultados da governação.
José Sócrates sai ferido na sua credibilidade. Oxalá aprenda a lição. Foi um primeiro cartão amarelo a esta governação cinzenta, desesperançada e triste."

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