domingo, abril 16, 2006

O elemento surpresa: no cinema

Há já bastante tempo que optei por me informar o mínimo possível sobre os filmes que vou ver. Cheguei à conclusão que saber antecipadamente parte do argumento diminui grandemente o prazer de ver o filme; por isso, informo-me apenas o essencial para saber se o vou ou não ver. Isto significou deixar de comprar a Premiere, e ler o Y sempre aí com um mês de atraso (não tive dificuldade em conseguir esta parte do atraso).
Por exemplo, vi o Fight Club na Finlândia, sem saber bem o que ia ver, e certamente não teria gostado do filme como gostei se soubesse alguma coisa do argumento. Como exemplo contrário, vi o Truman Show já a saber mais ou menos o que se ia passar, e não achei grande piada; se não soubesse nada talvez até tivesse gostado do filme, mesmo sendo-me difícil suportar a presença deste fulano.
Isto não quer dizer que não se possa ir ver um filme quando se sabe o que se vai passar (por exemplo, tinha já mais ou menos uma ideia de que a personagem principal iria morrer aqui), mas os filmes de que costumo gostar mais, com pontos de viragem no argumento ou finais inesperados, só têm a perder se nos informarmos sobre eles. Vi aquele que é o meu filme preferido dos últimos anos sem fazer a mínima ideia do que me esperava, e após 15 minutos ainda pensava que o filme não seria certamente todo assim...
Alguns filmes, no entanto, são tão badalados que é impossível não sabermos o que se vai passar, e que por isso vou ver a pensar que metade da piada já se perdeu. Foi com este preconceito que fui o ver o Brokeback Mountain: lá para o final, pensei eu, vai ter um twist do tipo de Crying Game. Afinal, nada disso: o twist é logo no início, e saber que isso se vai passar acaba por não prejudicar muito quem vai ver o filme. No entanto, e mesmo assim, o filme é "apenas" bom, e acaba por valer principalmente pela fotografia. Quanto ao argumento, seria uma simplíssima historieta de amor, se o responsável pelo casting, em vez do Donnie Darko, tivesse optado por exemplo pela sua irmã.
Em termos musicais, Ang Lee parece também ter ouvido o Country Gala 2 quando era novo, e fez-me realmente recuar ouvir músicas que pensava já ter esquecido.

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